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(Dito por um fã)

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O primeiro passo para superar o bloqueio de escritor não é começar a pensar, mas começar a escrever." ~*~ Christopher Rice.

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sábado, julho 03, 2010

Uma luta desigual

Estava a passear normalmente no meu carro, de noite, entretida a ouvir musica por entre as curvas e os buracos mal tapados do alcatrão de uma estrada deserta. A minha única companhia, para alem do radio, eram as luzes publicas que me iluminavam o caminho, algumas quase tapadas pelos ramos das árvores, mesmo que tentasse não ia conseguir ver as estrelas no meio daquele aglomerado verde escuro.
Pelo meio da minha cantoria as luzes da rua apagam-se por completo! Até meti os pés ao travão, tal foi o meu susto, apenas os faróis do carro me indicavam o caminho. Desliguei a musica, e continuei mais devagar, não se vi mesmo nada.
A noite podia mesmo ser escura e sinistra e eu estava realmente nervosa, mas que havia de fazer, era o único caminho para casa.
Eis que uma luz intensa demais para poder ser a lua, ilumina tudo à minha volta, foi uma energia tão forte que o meu carro se desligou sozinho.
- Meu Deus, que faço agora??
Pois é, sozinha, de noite, numa estrada escura, e o mais grave, sem rede no telemóvel! Tentei ligar de novo o carro, mas ele não pegava de maneira nenhuma. Tranquei-me dentro dele e rezei para que ninguém mal intencionado passasse por ali.
A luz voltou, era azul, estremeci apavorada sem saber de onde vinha, ou o que a provocava, e mais uma vez tentei ligar o carro. Nada! Era inútil tentar. Mas também era arriscado demais continuar o caminho a pé, apesar de só faltarem dois ou tres quilómetros para chegar á Vila. Tentei acalmar-me, liguei o radio baixinho mas... também não tinha rádio para ouvir, estava mudo nenhuma estação funcionava. Alguma coisa deve ter provocado um apagão.
Mais uma luz, era um misto de branco e azul, quase como se fosse a lua mas com reflexos azuis cristalinos. As luzes saiam do meio das árvores e nunca vinham do mesmo sitio, moviam-se, oram estavam mais perto, ora mais longe, ora da esquerda, ora da direita. Confesso que ao fim de meia hora a observar aquelas luzes o meu medo transformara-se em curiosidade, mas não queria ter que sair do carro, ele agora era a minha carapaça não queria sair dele por nada! Nisto começo a ouvir vozes e abro um pouco o vidro.
- Bruxa maldita, dá-me o Cistal!!
- Nunca!!
- Então morre!!! 
Aquilo soava mesmo a uma ameaça a sério. Devagar abri a porta do carro, não havia ninguém ali por perto, bem... a não ser aquelas duas vozes! Retirei a chave da ignição, guardei o telemóvel fora de vista, pois não ia adiantar leva-lo comigo, estava tristemente sem rede. Saí e tranquei o carro. Passei a vedação, uma rede enferrujada de pouco menos de um metro e subi a encosta pelo meio do mato escondendo-me por entre as árvores e arbustos com o coração a pulsar como um louco. Ouvi gritos de dor, desespero, horror, mas tambem de malicia, satisfação, gozo, talvez até com o toque de prazer macabro. 
As luzes vinham das vozes, aliás, das varinhas que duas feiticeiras seguravam firmemente uma contra a outra. Fiquei extasiada! Se tivesse que fugir neste momento não ia ser capaz porque todo o meu corpo tinha congelado com aquela cena diante dos meus olhos, se não me beliscasse umas quantas vezes para ter a certeza que estava na realidade, diria que tinha caido dentro de um filme de cinema!
As duas feiticeiras estavam sozinhas, lutavam de uma forma fenomenal, melhor do que nos filmes, mas aquela que parecia ser a má, era muito mais forte, e a outra estava ferida, sangrava e estava exausta. Aquilo não era justo! Não era uma luta de forças iguais. Por isso mesmo continuei muito quieta apenas a ver, rezando para a feiticeira mais forte não dar pela minha presença ou talvez eu não chegasse a casa naquela noite.
A mais fraca caiu no chão, derreada, achei que ia ver a pior, mais sinitsra e horrenda matança da minha vida.
- Levanta-te Cahil!
Ordenou-lhe a outra baixando a varinha.
- Acaba logo com isto, Irissa. Eu não te dou o Cristal.
- E uma pena... sem ti vou ser obrigada a torturar os teus filhos, o teu marido. É um excelente homem diga-se de passagem.
- Deixa a minha família fora disto!
- Oh, desculpa, mas não vai ser possivel. Eu preciso do Cristal, e vou tê-lo!
A feiticeira que continuava de pé virou-lhe as costas enquanto falava, estava a continuar a luta, mas agora era uma luta psicologica. Senti a raiva a crescer dentro da outra feiticeira sem a Irissa se apercebesse. Cahil levantou-se e da sua varinha surgiu um fumo verde éter que ao atingir a outra feiticeira deixou-a caída no chão, sem vida! 

Agora a minha curiosidade voltou a ver medo, desci a ravina, por entre o ramos avistei o meu carro, cruzei os dedos pedindo para que ele pegasse, saltei a vedação e continuei a correr, procurei a chave no bolso tentei ás cegas abrir a porta do carro, demorei algum tempo mas lá consegui, coloquei-a na ignição. Nada! O meu desespero aumentou! Quem seria aquela gente? Estavam as duas lutar, parecendo que estaria ganho para uma delas e de repente a outra inflige um golpe falta na oponente?!
Um rosto surge no vidro da porta do carro.
- Não me faças mal!
Gritei, apanhei um susto tão grande que ja nao sabia se o meu coração continuava no mesmo sitio. Mas ela, caricatamente riu-se para mim. Num riso divertido perante o meu medo!
- Tem calma. Eu não pretendo fazer-te mal, só estou curiosa. Não sabia que estavas a ver.
- Ah... sim, estava. Mas foi porque houve um apagão e o meu carro se desligou, sem ele não consigo voltar para casa.
- Hum, estou a ver. Desculpa. Normalmente quando a fina camada que separa o meu mundo do teu, permite que eles sejam um só, há certas coisas que parece que se avariam.
A feiticeira retirou do decote do seu vestido um pequeno cristal mágico. seguro com uma corrente de prata.
- Uau! Era isso que ela queria?
- Sim. Com ele, nós feiticeiras controlamos essa fina cortina que separa os nossos mundos.
Ele disse umas quantas palavras que não entendi e todas a luzes publica voltaram a acender, o meu telemovel deu sinal com umas sete mensagens e o meu carro ja pegou. Finalmente podia ir para casa.
- Obrigada.
- De nada. Olha, para a próxima tenta evitar esta estrada.
- Sim vou tentar lembrar-me!
- E sempre que precisares de uma amiga para conversar, podes contar comigo, basta chamares pelo meu nome nem noite de lua cheia ou quando está muito nevoeiro. E eu lá estarei.
Ela fez-me um sorriso divertido e eu devolvi-lho também, liguei as luzes do carro e segui o meu caminho, pelo espelho vi-a a acenar, deu duas voltas á varinha e desapareceu numa nuvem de fumo branco.








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