Um dos blogues mais bonitos e originais e que merece ser visitado mais do que uma vez, pelas suas curiosidades, historias num mundo magico, videos de musica e cinema, entre muitas outras coisas...
(Dito por um fã)

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O primeiro passo para superar o bloqueio de escritor não é começar a pensar, mas começar a escrever." ~*~ Christopher Rice.

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A Minha Melhor Amiga

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Se eu tenho um contador de namoro, porque não um contador de amizade?? ;)

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terça-feira, setembro 28, 2010

O Filho

Estava no cascaishopping a ver uma revista com a minha melhor amiga que curiosamente me apareceu com o visual do secundário, óculos de armação metálica, redondos e cinzentos, cabelo comprido, ar descontraído e mochila as costas. Sentou-se ao pé de mim enquanto eu via imagens da Quinta da Regaleira, imagens meio gótico-romaninas meio tunisico-arabicas, inclusive estávamos as duas pasmadas a olhar para uma casa que não era mais do que uma árvore com portas e janelas, isto, no meio da Regaleira, em que os holofotes que a iluminavam também pareciam ser feitos da própria árvore. 
Dois minutos depois está a minha mãe a pedir-me concelhos para escolher uma nova cortina para a casa. Eu olhei em volta disse que ficava bem se ela comprasse uma igual á outra que estava na outra janela e assim ficavam todas iguais, dei mais uma volta pela casa, a sala noutro sitio com mobília diferente, um cantinho só para mim parecido com um escritório, um Hall maior, e uma cozinha nova com mais luz, eu sentia-me em casa na minha casa, mas aquilo não é a decoração da minha casa, alias da casa dos meus pais, sai para ver o quintal, o poço continuava no mesmo sitio com a água a fazer pequenos cristais na superfície e o muro rachado, mas o terreno já não era terreno, estava acimentado com desperdícios de pedra e podíamos caminhar sem tropeçar. 
Subitamente vi-me junto de um quartel de bombeiros, com um calor que há meses não conheço. Fecho os olhos e mal os abro vejo-me noutra casa, a ver TV e o Carlos ao meu lado sentado no banco a beber uma cerveja. Foi então que lhe pedi para irmos para o quarto, porque eu não confiava em mais ninguém e já sentia saudades de estar com alguém. Ele concordou visto que estamos os dois sozinhos não havia problema de ser apenas uma noite. E que noite, senti tudo com uma intensidade tal que nem sei explicar. 
Pouco depois vejo a minha amiga la em casa, isto já era a manha seguinte e o Carlos tinha ido embora, disse a ela - já com o seu look normal - que tinha de ir embora porque ia estagiar no estrangeiro durante um ano e ela iria ficar a tomar conta da minha casa até eu voltar.
Vi-me em Londres, num estúdio de televisão com uma barriga enorme, tive dores, muitas dores e cai, não consegui segurar a câmara, todos me acudiram. No hospital vejo um par perninhas delicadas, ouvi a voz do médico: 

É um rapaz! 

E logo de seguida um corpinho pequenino ensanguentado, que me foi colocado em cima do meu, e eu ri-me, ri-me de tão feliz, ri-me de tão agradecida, e agradeci ao Universo e ao Carlos por me ter dado uma criança. 
Terminei o estágio e voltei, com montes de malas, entro em casa e a minha amiga não estava na altura, deixei a alcofa do meu bebé no quarto, toda a casa estava arrumada. Ela chegou uns minutos depois, e disse-me:  

Engordas-te! 

E eu contei-lhe: 

Nina fiz uma loucura antes de me ir embora mas estou super feliz

Peguei-lhe numa mão e mostrei-lhe o meu bebé, ela ficou em choque, mas logo fez um sorriso e me deu os parabéns. Percebi que estava preocupada porque o Carlos não sabia de nada, e eu disse:

Ele não vai saber, porque somos só amigos e ele não me quer mais e iria ficar muito chateado se eu lhe dissesse que tive um filho. 

A criança cresceu, já devia ter uns cinco anos, quando o Carlos entra em casa e me diz: 

Essa criança é minha, não é? 

E eu: Ah sim... é. 

Ao que ele respondeu: Então eu quero ficar contigo porque ainda estou sozinho.

Abri os olhos e atirei os cobertores para trás com um calor danado o coração aos saltos, o sol entrava pela minha janela, estava no meu quarto. A adrenalina foi tanta que tive que me sentar para tomar atenção á realidade, realidade essa em que eu não tenho filho, não pedi tal loucura ao Carlos, não tenho a minha casa, nem o curso de jornalismo, realidade essa em que estou na casa dos meus pais, no meu quarto, com a decoração de sempre! 
Levei alguns minutos a dar-me conta que tudo aquilo tinha sido um sonho, talvez um pouco mais do que um sonho, mas apenas um sonho, ou isso ou então a falta do Carlos está-me a dar a volta ao miolo.

2 comentários:

Ki disse...

Dimensões paralelas... Já ouviste falar? ^~

Catarina disse...

@Ki
Claro que sim nina, mas tu achas que noutra dimensão aquilo aconteceu mesmo?