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O primeiro passo para superar o bloqueio de escritor não é começar a pensar, mas começar a escrever." ~*~ Christopher Rice.

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segunda-feira, agosto 16, 2010

Um dia estranho - Primeira parte

Levantei-me cedo porque tinha coisas para fazer, olhei para a serra antes de sair, estava com um pressentimento de que podia me cruzar com a Cahil novamente, era estranho, ser amiga de eu feiticeira que ainda por cima vive num mundo paralelo. Confirmei se tinha tudo, chaves do carro, óculos de sol, telemóvel e os documentos, sim, abrir o portão e lá fui eu.
Fui ao banco actualizar a minha caderneta, á farmácia, fazer umas comprinhas e ainda tive tempo de dar uma olhada nas ofertas de emprego, tudo parecia normal, mas vai-se saber porquê estava a sentir-me observada, e isso não é nada bom, olhei á minha volta discretamente e no entanto não vi ninguém suspeito, dirigi-me para o carro, até podia ser a Cahil a observar-me mas não pareceu que fosse ela hoje, normalmente ela aparece de repente á minha frente como um fantasma e só eu a consigo ver, o que ainda torna mais estranho ser amiga de uma feiticeira.
Eu poderia quase jurar que alguém me seguia, mas ninguém vinha atrás de mim, continuei no meu passo normal, procurei com o olhar o meu carro meio do estacionamento, lá estava ele, só mais uns metros, ja estava com a chave na mão para não perder muito tempo a procura-la, pus as comprar na mala do carro e entrei depois para o meu lugar, atirei a mala para o banco do pendura e tranquei-me la dentro, pus o carro trabalhar e num instante sai dali. A rua estava deserta, o que por um lado me punha ainda mais assustada, para voltar para casa vim pelo mesmo caminho, ou seja, pela serra, que é o único caminho possível. Foi precisamente nesse caminho que aconteceu algo absolutamente fantástico e assustador, enquanto seguia, vi pequenos pontos de luz a brilhar por entre as árvores e silvas, mas estava concentrada na minha condução e nao podia perder tempo a olhar para os pontos de luz, mais á frente há um curioso arco em pedra coberto de musgo que liga as duas margens do muro por onde segue a estrada, sempre conheci aquela arco, ele marca a divisão o limite da Vila, talvez na idade média tivesse tivesse sido mesmo um portão guardados por guardas, mas agora não passava de um arco decorativo e histórico, nele parecia estar estendida uma fina cortina, assemelhava-se quase a uma névoa que dançava ao sabor da brisa. Pensei de verdade que fosse apenas um efeito dos raios de sol, só quando o atravessei é que percebi que não era.
Levei os pés ao travão e o carro parou num caminho de terra batida no meio de uma imensa montanha com erva rasteira, sai do carro e atrás de mim estava outro arco muito semelhante ao que havia na estrada da Vila, era um portal entra dois mundos.
Estava sozinha, aquele local era mesmo um deserto, não se via viva alma, minutos depois os pequenos pontos de luz atravessaram também o arco, um deles chegou tão perto de mim que percebi que eram na realidade fadas, pequenas fadas, muito bonitas com vestidos de diferentes cores. Elas pareciam estar a chamar-me para alguma coisa andei uns passos mas depois olhei para trás, o meu carro, será que ele estaria seguro ali? Era impossível leva-lo naquele caminho de cabras, era mais pedra do que terra, fui trancá-lo, mas não sei se me iria servir de muito, não conhecia aquele lugar, não sabia que perigos podia encontrar. Uma das fadinhas voo directo ao meu nariz e pareceu-me que fez um sorriso, atirou com um pouco de po dourado para cima do carro e ele transformou-se numa rocha enorme coberta de musgo depois ela sussurrou ao meu ouvido. 
Ele assim fica seguro.  
Fiquei mais descansada e segurando um madeixa do meu cabelo a fada levou-me para junto das outras e continuei a trás delas.
Atravessando um dos cumes da montanha, lá no alto percebi que aquele era um dos mais baixos, continuámos a subir até à orla de uma densa floresta. Desejei que a Cahil estivesse ali, pelo menos sentia-me mais segura, ter alguém com um varinha mágica tem as suas vantagens. Os sons da floresta eram arrepiantes, os mochos, os ramos das árvores a bater uns nos outros e os meus passos nas folhas secas. Estive a caminhar escoltadas por fadas durante cerca de dez minutos, talvez um pouco mais, não tenho costume de usar relógio, só o do telemóvel, e naquele momento duvido que tivesse rede para que ele se mantivesse ligado, por outro lado tinha-o deixado no carro, agora transformado num penedo enorme.
Chegámos junto de uma pequena pedra com um símbolo nela gravado e as fadinhas juntaram-se em circulo á volta dele.
A partir daqui terás de ir sozinha, se seguires sempre pelo mesmo caminho marcado com estas pedras vais chegar ao nosso local sagrado, nele vais encontrar um pequeno cristal cravado numa estatueta de pedra, tens que o tirar de lá sem danificar o objecto e trazer o cristal em segurança.
Senti-me como se tivesse entrado num filme ou numa historia de algum livro, que estatueta seria? Porque motivo não poderia elas continuar a partir daqui?
Não me levem a mal a pergunta, mas para que é esse cristal?
Temos uma amiga que está presa, e ela disse que apenas se conseguiria libertar com a ajuda desse cristal.
Outra fada começou a falar.
Mas nós não podemos entrar nesta zona da floresta, só uma rapariga humana poderia ir buscar o cristal e voltar em segurança.
Eu estava ainda mais confusa.
Mas aqui não há raparigas humanas?
Há sim, todas elas são feiticeiras ou sacerdotisas, e a floresta está interdita aos Seres da Magia.
Agora entendi, e curiosamente tinham-me escolhido a mim. Quando eu contar isto à Cahil ela até se vai rir de tudo isto.
Para entrares temos que te mudar essas roupas, para que possas passar despercebida.
As fadinhas voaram em espiral à minha volta e vi-me com um vestido lindo verde escuro, ficavam mesmo camuflada no meio da floresta. Depois elas desejaram-me boa sorte e disseram para eu nunca em nenhuma ocasião e por nenhum motivo me afastar do caminho marcado com as pedras.

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