"O Camareiro", ou o teatro visto por dentroPara João Mota, o encenador desta excelente peça de Ronald Harwood, considera-a "uma excelente oportunidade de conhecer o teatro por dentro, os bastidores, os problemas, as tricas, as coscuvilhices, e até a ternura e a amizade que se estabelece frequentemente".É o caso da relação Norman-Sir, camareiro e actor/director, que se dependem até que a morte os separe.Nesta peça assistimos a duas representações notaveis: Ruy de Carvalho e Virgílio Teixeira. Este último que recentemente vimos no papel de um mafioso ao mais belo estilo nacional, é aqui um assistente de um "senhor" do teatro, a quem escolhe a roupa e o chá que lhe serve. Mas um assistente com características de "quase" dono, um indivíduo característicamente homossexual, com os maneirismos próprios. Perguntado sobre como tinha feito para tão bem integrar a personagem Virgílio Castelo confidenciou-nos que andou por vários locais atento a gestos e modos de falar para que a sua personagem saísse o mais real possivel.
E consegue-o! Ruy de Carvalho que, depois da extinção do elenco residente do D. Maria garantiu não mais lá pôr os pés, voltou, e em boa hora o fez, dando-nos a oportunidade de o ver enérgico, possante de voz e gesto, interpretando um actor em fim de carreira, falido como empresário, ditador e explorador em relação aos outros elementos da Companhia. Perguntando-lhe onde arranja tanta energia, com os seus maravilhosos 82 anos, responde-nos muito simplesmente " faço o que gosto, minha querida". "Oa actores só vivem na memória dos outros" diz João Mota " porque o actor é por natureza um ser fragil que trabalha com os sentimentos e emoções e que todas as noites desvenda a alma perante o público", pelo que serão sempre os outros que o guardarão na sua memória."O Camareiro", uma peça que toca o teatro por dentro, estreia amanhã, dia 10 de Setembro, pelas 21:30, no Teatro Nacional de D. Maria II.
E consegue-o! Ruy de Carvalho que, depois da extinção do elenco residente do D. Maria garantiu não mais lá pôr os pés, voltou, e em boa hora o fez, dando-nos a oportunidade de o ver enérgico, possante de voz e gesto, interpretando um actor em fim de carreira, falido como empresário, ditador e explorador em relação aos outros elementos da Companhia. Perguntando-lhe onde arranja tanta energia, com os seus maravilhosos 82 anos, responde-nos muito simplesmente " faço o que gosto, minha querida". "Oa actores só vivem na memória dos outros" diz João Mota " porque o actor é por natureza um ser fragil que trabalha com os sentimentos e emoções e que todas as noites desvenda a alma perante o público", pelo que serão sempre os outros que o guardarão na sua memória."O Camareiro", uma peça que toca o teatro por dentro, estreia amanhã, dia 10 de Setembro, pelas 21:30, no Teatro Nacional de D. Maria II.
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