Por vezes sinto-me triste, muito triste, ao pensar que cada curriculo que mando é apenas mais um numero, mais um para o monte, mais um para forrar o caixote do lixo!
Sinto-me triste quando perco as forças, quando olho á minha volta sem saber para onde me virar, porque a qualquer lado onde eu vá sou apenas mais uma, mais um numero, mais alguém a quem se ignora. Penso muitas vezes que se calhar até tenho sorte em ainda não ter filhos porque se os tivesse, se fosse mãe solteira, como muitas são, não teria do que lhes dar de comer, do que os vestir e calçar, não tinha como os por numa escola, não tinha nem para mim quanto mais para eles, mesmo que tivesse o apoio dos meus pais há coisas que não podem durar para sempre.
Por vezes sinto-me triste, muito triste, ao pensar que a coisa que eu menos queria para mim era ser sustentada pelo marido mas que será a coisa mais provável a vir acontecer, revolta-me a ideia de certa forma de pensarmos que eu sempre quis ser livre e independente dos meus pais, e agora vivo como se ainda fosse uma adolescente que pede dinheiro para todas as suas necessidades, e que depois vou ter fazer isso com o João. Não, não quero aceitar a ideia! Mas que posso eu fazer se o Universo não me dá aquela oportunidade que tanto tenho lhe pedido...
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