Não sei se isto acontece com a maioria das pessoas que escreve historias, que inventa personagens e cria os mais diversos enredos, mas comigo costuma acontecer. Depois de criar as personagens e começar a escrever, algum tempo depois, sinto-me como se comunicasse com essa personagem, como se ela pudesse sair de dentro de historia e falasse comigo para me explicar como reagiria naquela situação. Acaba talvez por ser estranho porque ao criarmos uma personagem fictícias estamos a colocar nela algumas das características que nós já possuímos - pelo menos é isso que eu acho - e nesse sentido a escrita de um romance torna-se mais emocionante pelo facto de conversarmos com aquele personagem seja ela o bom ou o mau de toda a intriga.
Pensando nisto acabei por encontrar, por acaso, um artigo que fala sobre isso mesmo, escutar as personagens, falar com elas como se elas fossem reais, com a sua própria personalidade, defeitos e virtudes.
Pensando nisto acabei por encontrar, por acaso, um artigo que fala sobre isso mesmo, escutar as personagens, falar com elas como se elas fossem reais, com a sua própria personalidade, defeitos e virtudes.
O processo de criação das suas reportagens envolve um esvaziamento da perspectiva a partir da qual ela vê o mundo. É assim que ela cria um espaço dentro dela para compreender a realidade dos personagens das suas matérias.(...)Eliane fala da sensibilidade necessária para enxergar as histórias fantásticas de pessoas comuns que acontecem todos os dias, para encontrar significado nos clichês da vida quotidiana, e para dar outra dimensão às realidades construídas pelas mídias de massa.(...)É essencial para quem deseja escrever ficção. Sem essa abertura para pensar honestamente sobre os significados dados às experiências, histórias não passam de sequências de eventos criadas por um escritor que não está disposto a fazer o seu principal trabalho: revelar as verdades mais importantes sobre si mesmo, por mais doídas e difíceis que elas sejam.
“Eu vejo o trabalho de escrever, eu vejo o escritor como um escutador. No caso da reportagem, ele é um escutador de personagens externos, de personagens que estão na vida real. E quando a gente faz ficção, a gente é um escutador de personagens internos.” Eliane BrumÉ bem certo que deixei de escrever, e sinto falta disso, gostava voltar mas em casa dos meus pais a tarefa torna-se complicada - talvez por isso tenha desistido de tentar - a minha mãe passa o tempo todo a chamar-me para eu a ajudar e quando não é isso, é o meu namorado que quer passar o dia comigo. E á noite limito-me a navegar no Facebook e a falar com ele ao telemovel. No final disto tudo sinto-me cansada e com vontade de dormir.
Estou há um ano para conseguir de terminar de ler um livro que me ofereceram no dia dos meus anos, antes parecia que tinha tempo para ler, escrever e estudar, mas também se formos ver bem as coisas, andava na escola e nas horas vagas ia para a biblioteca para o jardim da vila, e nas aulas que não me interessavam escrevia muito - mas mesmo muito - á mão!
Queria voltar a ter tempo, queria voltar ás minhas conversas com a Kate, com a Vash, até mesmo com o Bradley, o mau da fita que faz tudo para agradar ao pai.
Tenho o segundo livro todo escrito á mão, falta-me fazer uma revisão, e tenho o terceiro começado, guardo por aí num dossier algures. Será que algum dia vou conseguir continuar?
Fonte do artigo: Ficção em Tópicos
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