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quinta-feira, julho 08, 2010

A princesa da lua

Hoje aconteceu-me mais uma situação caricata. Á noite, quando já estava no meu quarto pronta para ir dormir, oiço um som estranho vindo da rua, não percebi se era um grito, uma flauta desafinada ou alguma corneta. Fui á janela ver, nada, a noite estava calma, como sempre e continuei o que estava a fazer, arrumar a minha escrivaninha para depois colocar lá o meu portátil e ver as novidades no facebook. Estava uma noite quente, e as janelas estavam abertas para que a arranjem fresca ambientasse um pouco o meu quarto. 
O meu cão ladrava la fora, como era habito nele, mas não sei porquê, hoje estranhei o ladrar dele, como já todos devem ter notado os cães têm um ladrar diferente para cada coisa, e só devia a essa forma eu sei quando os meus pais chegaram a casa, ou quando alguém estranho está á porta e até mesmo quando a vizinha entra, acho particular piada ao ladrar do meu cão quando ele vê um gato, parece que fica mesmo eufórico e numa ânsia extrema quase suplicando que alguém o solte para ele poder correr atrás do gato. Pois bem, ele não estava a ladrar em nenhuma destas formas conhecidas, estada muito diferente o que me obrigou e levantar da cadeira para ir á janela espreitar.

E qual não é o meu espanto quando vejo a Cahil, a feiticeira que tinha conhecido no outro dia em cima do muro a conversar com o meu cão como se fosse uma pessoa, e ambos entendiam-se lindamente. Ela então reparou em mim, esticou o braço com que segurava uma vassoura e voo para a minha janela.
- Posso perguntar o que fazes aqui? Se alguém te vê vai ser um escândalo.
Ela deu uma gargalhada.
- Sim, seria, mas como eu te expliquei no outro dia só certas pessoas podem me ver, ou seja, se aparecer por aí a tua mãe, ela vai julgar que estás a falar sozinha.
Explicou-me com um certo ar de divertimento.
- É verdade - continuou ela - o teu cão diz que está farto de estar ali preso.
- Eu sei que ele deve estar farto mas o nosso muro está a cair e eu tenho medo que ele fuja.
- Estou a ver o teu problema, mas pronto não foi para falar dele que eu apareci. Eu hoje vi-te novamente a passear na Vila. Percebi que estavas triste.
Eu baixei a cabeça, fez-me logo lembrar do dia chato que tive hoje, com a minha mãe amuada e eu sem emprego e sem casa própria.
- Sim fui, já não aguentava estar aqui.
- Tu fazes-me lembrar uma moça que em tempos conheci, gostava de te contar a sua história.
- Ok, por mim tudo bem.
- Sobe.
Fiquei apardalada por instantes, ela queria que eu subisse na vassoura dela??
- Não fiques assim é o meio de transporte mais seguro do mundo!
- Ah mas eu estou de camisa de dormir.
Cahil apontou a varinha para mim e a minha camisa transformou-se num vestido, muito bonito por sinal, então la dei o jeito para subir na vassoura. Toda eu tremia, achei que aquilo que ia partir em duas e que caiamos as duas no chão, agarrei-me a ela com força. Então começámos a afastar-mo-nos da minha casa.
Perdi o medo! Era uma sensação única estar a voar numa vassoura, estávamos a ir para a Serra, para o meio daquele emaranhado de árvores. Confesso que desde aquela vez nunca mais me atrevi a passar lá de noite.
Ela esticou o braço com a varinha, pronunciou umas palavras e abriu-se um portar á nossa frente, tinha a forma de um olho e dele saltavam faiscas azuis, atravessá-mo-lo tal como se fosse uma nuvem de fumo, e dou outro lado havia um mundo completamente diferente, voámos durante mais uns minutos até aterrarmos perto de um castelo enorme ao estilo medieval e que parecia abandonado.
- A historia que tenho para te contar tem tudo a ver com este castelo. Nele vivia uma princesa, uma rapariga em tudo semelhante a ti, ela só se vestia de branco, nunca ninguém lhe conseguia por outra cor a não ser essa, e todas as noites de lua ela vinha á janela procurar pelo seu princepe. Mas nunca ninguém aparecia.
»» Certa vez, olhando para a lua ela pediu que alguém a tirasse daquele castelo pois estava farta de lá viver e queria ter a sua própria vida, mas continuava a não aparecer ninguém. 
»» Dizem as lendas que ela acabou por morrer sem ninguém e que o seu espírito continua preso no castelo. á espera que alguém o liberte, e ela ficou conhecida pela Princesa da Lua, pelo facto de em algumas noites ainda se ver um vulto branco á janela.
Ela terminou de contar a historia e eu já estava mais do que arrepiada.
- Eu contei-te isto para te dizer que não podes apenas ficar a lamentar que estás presa em casa, tu podes sair e lutar, não tens que ficar á janela á espera que algo caia do céu.
- Eu sei, não me estás a dizer nada de novo, mas acontece que neste momento não tenho as armas que preciso para lutar.
- Tens sim. Vais descobrir em breve.
- Mal posso esperar. Sinto-me como um pássaro que há muito devia ter saído do ninho.
- Acredito, mas ás vezes parece que não queres lutar ou que estás sempre á espera que os outros o façam por ti. Ninguém o vai fazer, as coisa que tu tens te conquistar apenas tu podes lutar por elas.
Retribui-lhe com um sorriso. Eu sei que a mais dura batalha que terei vai ser dizer aos meus pais que tenho de sair, que quero sair e aprender as coisas por mim mesma. Sim eu sei que será mesmo muito difícil tentar fazer com eles entendam que eu não os vou abandonar, apenas quero viver no meu ninho, no meu canto, mesmo que seja sozinha, aliás eu prefiro que seja sozinha por um tempo. Mas vou conseguir, quer seja a bem ou a mal - esta ultima parte se acontecer vai-me magoar muito, mas quem melhor do que eu para conhecer os meus pais - e terei finalmente um canto só meu, para depois poder entrar e sair ás horas que quero, ficar até tarde a ver TV, etc, para ser eu a lavar a minha roupa, a fazer a minha comida, enfim, tudo.
- Vamos?
Subitamente acordei, tinha-me esquecido que ainda estava com a Cahil. Subi novamente na vassoura e tal como tinha-mos entrado, saímos pelo portal de volta á Serra e á Vila. Curiosamente a janela ainda estava aberta ás três da manha, pulei para casa, o meu vestido voltou a ser uma camisa de dormir, despedi-me dela e numa nuvem de fumo ela desapareceu.


 Imagem retirada daqui

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